sábado, 10 de março de 2018

Como um cristão deve relacionar-se com os membros de religiões e movimentos não cristãos?




Quando testemunhamos os que tem religiões não cristãs, devemos evitar nivelá-los através de uma abordagem que os trate como se fossem semelhantes uns aos outros. Ao mesmo tempo, não devemos ignorar os pontos em comum que fundamentam a lealdade religiosa, quer seja cristã, quer não. Se tivermos uma sensibilidade apropriada para com as diferenças individuais, poderemos identificar algumas estratégias úteis para conquistar seguidores de movimentos religiosos não cristãos.

Trate das motivações pessoais que fundamentam o comprometimento religioso. Frequentemente, as pessoas comprometem-se com uma religião para satisfazer às necessidades pessoais. Nas novas manifestações religiosas, em particular, existe um foco na transformação do ser. Os adeptos de falsas religiões com frequência se unem para tratar de necessidades intelectuais, emocionais, sociais e espirituais. As pessoas estão procurando relacionamentos amorosos e um sentimento de conexão; uma atmosfera familiar (particularmente atraente para os que não tem família ou cuja família é perturbada); um sentimento de aceitação e de valor próprio (às vezes, por ser parte da "grande obra de Deus" por meio do movimento religioso ou da falsa religião); uma oportunidade de alcançar objetivos idealistas ( por exemplo fazer obras de filantropia e caridade); uma maneira de aplacar profundos anseios espirituais (por exemplo, ter uma sensação do "divino" ou "transcendente"); e um sistema de fé que propiciará respostas para as perguntas mais profundas da vida ("Por que estou aqui?", "Qual é o propósito da vida?")

Estas aspirações dificilmente são exclusivas dos membros de falsos movimentos religiosos. Tampouco existe algo necessariamente sinistro no fato de as pessoas buscarem satisfazer estas necessidades. Na verdade, muitos envolvem-se em igrejas cristãs de base bíblica pelas mesmas razões - unem-se à igrejas, por exemplo, por causa dos relacionamentos de carinho e comprometimento que vivenciam como parte da família de Deus. O problema com as falsas religiões é o fato de que, em última análise, elas não podem satisfazer os mais profundos anseios do espírito humano. Somente o verdadeiro evangelho pode fazê-lo. Uma das coisas mais importantes que podemos fazer para alcançar aos que estão presos em falsas religiões é proporcionar um ambiente onde possam ser satisfeitas estas necessidades espirituais, sociais, emocionais e intelectuais. A igreja deve proporcionar - e, de modo geral, o faz - este tipo de ambiente, mas para os que vem de falsas religiões, a necessidade é particularmente urgente. Alguns novos movimentos religiosos podem ser difíceis para os que os deixam, evitando-os ou "desfiliando-os". A pessoa que deixar um desses grupos pode sentir de uma só vez a perda de todo o sistema de apoio da família e dos amigos. A igreja necessita ser sensível com relação a isto e deve estar preparada para fazer um esforço a fim de alcançar estes indivíduos, aceitando-os no corpo de Cristo com braços amorosos.

Classificar, compreender e refutar apropriadamente os falsos sistemas de fé. Por mais importantes que sejam os fatores interpessoais mencionados acima, também é necessário compreender corretamente, (e então refutar biblicamente), o falso sistema de fé.

O primeiro passo é classificar com precisão o tipo de sistema de fé em questão. É preciso fazer uma distinção básica entre novos movimentos religiosos dependentes do cristianismo e grupos religiosos que não afirmam ter relação com o cristianismo. Os primeiros afirmam ser cristãos, mas negam uma ou mais doutrinas essenciais da fé cristã. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (os mórmons(, as Testemunhas de Jeová e a Ciência Cristã são alguns exemplos. As religiões do mundo, como o islamismo, também negam crenças fundamentai cristãs, incluindo a doutrina da Trindade e a divindade de Cristo, mas, diferentemente dos novos movimentos religiosos do cristianismo, não afirmam ser cristãs e, na verdade, repudiam explicitamente tal rótulo.

A distinção entre novos movimentos religiosos dependentes do cristianismo e as religiões do mundo não é meramente acadêmica. Dirigimo-nos a um muçulmano de maneira diferente da que usamos para falar a um mórmon. Por exemplo, não precisamos convencer um mórmon de que Jesus Cristo é o Salvador e de que o cristianismo é verdadeiro. Na verdade, o mórmon já acredita que Jesus é o Salvador e que sua igreja é a verdadeira restauração do cristianismo, sob a liderança de Joseph Smith. A tarefa é mostrar que o mormonismo é uma forma falsificada do cristianismo, com um falso Jesus que não salva. Um muçulmano por outro lado, não somente terá noções deturpadas do que ensina o verdadeiro cristianismo, como também terá de ser convencido de que o cristianismo é a verdadeira religião.

Também devemos compreender o sistema de fé não cristão que estamos confrontando com tanta exatidão e tantos detalhes quanto seja possível. A incapacidade de fazer isto pode rapidamente causar um curto-circuito em uma oportunidade de testemunho, pois os seguidores de uma falsa religião rapidamente deixarão de dar atenção a um cristão que lhes impute crenças que eles não tem. É importante, como destacam Robert e Gretchen Passantino, observar um tipo de regra de ouro quando discutirmos sistemas de fé não cristãos: representar o sistema de fé deles com a mesma exatidão como você desejaria que eles representassem o seu. Somente então poderemos esperar ser levados a sério quando confrontarmos os erros das falsas religiões com as declarações de Jesus Cristo.

Alan W. Gomes


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário