sábado, 17 de março de 2018

Como a Bíblia relaciona-se com o Islamismo?




O islamismo ensina que, ao longo da história, Deus enviou profetas - desde Adão, passando por Noé, Jesus, e, em última análise, Maomé -, todos com a mesma mensagem: existe um único Deus, que deseja que as pessoas busquem o bem e evitem o mal. Segundo o islamismo, os cristãos e os judeus, "pessoas do livro", devem ser os remanescentes seguidores de revelações anteriores - divinas, mas corruptas. Os muçulmanos consideram que as escrituras do islamismo, o Corão, restauraram a orientação original de Deus. O Corão inclui numerosas personalidades bíblicas, mas reconhece como autênticas somente três seções da literatura bíblica: a Torá de Moisés, o Evangelho de Jesus e os Salmos de Davi.

Os muçulmanos consideram bíblicas muitas de suas crenças e práticas: a existência de um único Deus, os profetas, o céu, o inferno, os anjos, e um dia e juízo. Eles também veem a importância da caridade, da oração e do jejum na Bíblia. Embora acreditem que Jesus foi somente um profeta, não divino, aceitam os relatos do seu nascimento de uma virgem, da sua natureza sem pecado, dos seus milagres e da sua segunda vinda.

O Corão acusa os judeus e os cristãos de distorcerem a sua revelação anterior, suprimindo deliberadamente a verdade ou fazendo interpretações falsas. Os muçulmanos afirmam que o Antigo e o Novo Testamento contêm inconsistências lógicas, improbabilidades e erros factuais. As acusações contra o Antigo Testamento incluem falsos relatos de imoralidade (Davi e Bate-Seba), a ausência de doutrinas (a vida após a morte, na Torá), e a incompatibilidade com a ciência. O evangelho foi corrompido com referências históricas, inexatas, discrepâncias em suas narrativas e invenções (como a crucificação). Supostamente, os cristãos e os judeus suprimiram ou removeram predições bíblicas de Maomé. Por exemplo, Salmos 84.4-6 é considerado como uma referência a Maomé, que superou as suas deficiências de infância pela graça de Deus, Jesus teria predito a vinda do profeta Maomé, quando falou sobre o "Conselheiro", em João 14.

O islamismo rejeita o conceito da participação humana no processo da revelação, que é vista em livros bíblicos variados (Evangelhos, Epístolas etc.). A mensagem original de Jesus é considerada perdida. Os muçulmanos acreditam que os autores do Evangelho, que escreveram muito tempo depois de Jesus, alteraram a mensagem para promover os próprios pontos de vida. As cartas de Paulo supostamente promovem um Cristo "místico" e "falsas" doutrinas, como a ressurreição. Outro argumento muçulmano contra a confiabilidade bíblica é a falta de um registro de que os textos originais passavam de uma geração para a seguinte.

Naturalmente, os muçulmanos estão corretos em pensar que a Bíblia é mais antiga do que o Corão. Mas não há uma sombra sequer de evidência de que a Bíblia tenha sido corrompida. Na verdade, a transmissão do seu texto é, de longe, a mais exata, em comparação com qualquer texto do mundo antigo. A Bíblia não é comprometida pelo uso que Deus faz de personalidades humanas em sua escrita, não mais do que quando Ele usa a personalidade humana na palavra pronunciada pelos profetas. Além disso, fortes evidências respaldam, entre outras coisas, a historicidade da crucificação e da ressurreição de Cristo. Os cristãos reverentes podem ajudar a corrigir conceitos equivocados dos muçulmanos sobre a Bíblia (por exemplo, mostrando que a Bíblia não sanciona a iniquidade da cultura ocidental). Na verdade, os seguidores de Cristo devem auxiliar os muçulmanos para que o Espírito Santo traga a convicção aos seus corações, por intermédio da poderosa Palavra de Deus (Hb 4.12).

Barbara B.  Pemberton



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