Marca 2: De vez em quando ele se volta e olha para o filho, para fazer-lhe saber: “Você não está sozinho!”.
O
pai piedoso trilha o bom caminho, sabendo que seu filho está caminhando
trinta anos atrás de si. O filho observa por trás e, sem dialogar com o
pai, ouve a mensagem: isto pode ser feito.
De
quando em quando, num cronograma que parece frustrantemente aleatório e
totalmente imprevisível, o bom pai pára, volta-se, e fita seu filho.
Até que se volte, o filho sente a distância entre ele e o pai, não uma
distância fria, árida, mas, mesmo assim, uma distância. Ele anela por
ouvir mais do pai do que a mensagem dada por seu exemplo, a mensagem de
que realmente é possível permanecer fiel ao chamado que recebeu como
homem. Ele quer se sentir ligado, ouvido, levado em conta. Ele anseia
por saber que o homem que o aplaudiu na competição de judô na
adolescência e que se levantou orgulhosamente para aplaudir, na sua
formatura de faculdade, ainda está envolvido, ainda está interessado,
ainda traz o filho no coração. Significa muito para o filho adulto
perceber que o pai está de joelhos diante do trono, mencionando o nome
do filho e saber que o pai sente a dor de toda a luta – e o gozo de toda
vitória – na vida do filho.
Quando
o pai se volta, o filho recebe um olhar que apaga toda dúvida: “Papai
ainda se importa. Não estou sozinho!”. O pai piedoso se volta para o
filho – talvez numa carta, num telefonema, numa visita – não para
instruir ou admoestar. Há uma hora e um lugar para esse tipo de
comunicação, mas o propósito central do pai é ouvir. Quando se volta,
ele não fala, convida. Mesmo aquelas cartas nas quais o pai não consegue
resistir a uma palavra de conselho oferecem mais do que impõem
recomendação. Ele respeita o enorme direito e responsabilidade do filho
de fazer suas próprias escolhas.”
Extraído do livro “O silêncio de Adão” – Larry Crabb
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