sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Eco...


O EC
 (Gióia Junior)

“Que fazes tu sobre a terra?
E o eco responde: Erra!...”
C. Alves

O que posso fazer se a vida, a glória fez-ma
Rotineira, a ilusão não muda, é sempre a mesma.
Que fazer se o prazer é sempre essa utopia
De um minuto feliz!! A maior alegria
É ligeira e fugaz como uma gargalhada,
...inunda a sala e cessa e volta para o nada...
Que fazer para ter alguma recompensa?
Mecânico e fatal o eco responde:
...pensa...

Pensar? Como, pensar? Perder a mocidade
No egoísmo sem razão dessa inutilidade...
Pensar apenas? Não, teria acaso um fim,
Pensar, pensar, pensar... de mim e para mim?
Esgotar a existência em um plano ilusório,
Sozinho usufruir da paz de um escritório?
Quero menosprezar a vida dissoluta...
Quero menosprezar a vida dissoluta...
Mecânico e fatal o eco responde:... luta...

Lutar...porque lutar... ver bandeiras ao vento,
Tambores e clarim,  galões e fardamentos,
Ver o sangue a jorrar em vis revoluções,
Ver Césares, Pompeus, Fellipes, Napoleões...
Lutar... porque lutar, se essa glória que embriaga
Tem o brilho na aurora e no poente se apaga...
Quero mais, muito mais... quero a brasa que inflama.
Mecânico e fatal o eco responde:... ama...

Amar... amei a vida e a vida é tão ingrata...
traz o pó que alimenta o micróbio que mata”...
Não, de modo nenhum, permaneço na teima...
“A fogueira que aquece é a mesma que nos queima”...
Amar, de que nos vale amar se o amor é vário.
Se ao beijo tem seqüência as dores do Calvário...
Quero fugir do mundo e procurar a calma...
Mecânico e fatal o eco responde: alma...

Alma...quando escutei essa palavra, quando
Meditei, vi que havia uma força operando
Além da compreensão... vi que o meu ódio acerbo
Era a minha impotência ante o mando do Verbo.
Quando, porém, notei que a paz aurifulgente
Está em nós firmada... algo puro, inerente
Ao nosso próprio ser...chama viva e sagrada
Que opera no interior sem depender de nada;

Alma...quando notei que em meu corpo carnal
Morava um universo, uma essência imortal.
Entreguei-me a Jesus e firmado em seu nome,
Na vivificação matei a minha fome...
Pensei...soube pensar em seu reino... lutei
Sem medo de derrota ao lado do meu Rei...
Amei aos meus irmãos. E agora em mim revive
A encantadora voz do eco bradando;
VIVE

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