quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

o peso da glória...



Posso imaginar alguém dizendo que não gosta da minha idéia de céu como um lugar em que levamos tapinhas nas costas. Por trás desse não gostar, no entanto, esconde-se um orgulhoso mal-entendido. No fim, essa Face que é o prazer ou o terror do universo deverá virar-se para cada um de nós com uma expressão ou outra, conferindo glória inexprimível ou infligindo vergonha que jamais será curada nem disfarçada. Li outro dia num periódico que o essencial é o que achamos de Deus. Pelo amor desse mesmo Deus, não é nada disso! O que Deus pensa de nós não só é mais importante, mas infinitamente mais importante. Na verdade, o que pensamos dele não tem importância alguma a não ser na medida que tenha a ver com o que Ele pensa a nosso respeito, está escrito que nós nos “apresentaremos diante” dele, mostraremos a ele, seremos inspecionados por Ele. A promessa de glória é a promessa, quase incrível e somente possível pela obra de Cristo, de que alguns de nós, qualquer um de nós que realmente escolhe, verdadeiramente sobreviverão a esse exame, encontrarão, aprovarão, agradecerão a Deus. Agradar a Deus... ser um verdadeiro ingrediente da alegria divina... ser amado por Deus, não simplesmente digno de pena, mas ser usufruído como a obra em que o artista se deleita, ou um pai no filho – isso parece impossível, é um peso da glória, ou ônus, que nossos pensamentos mal podem suportar. Mas é isso.

C S Lewis – O peso da glória – pág. 42 – editora Vida
 

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