segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Dízimo






Uma das perguntas que muitos Cristãos costumam fazer com relação ao dízimo é se ele ainda é requerido na Nova Aliança. Muitos acham que, pelo fato de ter sido instituído sob a Antiga Aliança – sob a Lei -, o dízimo não diz respeito aos que vivem sob a Nova Aliança.
Para responder a essa questão, é preciso determinar em que momento o dízimo foi de fato instituído. Ele não é uma norma ou tradição humana. Não é um ritual da Lei. É uma expressão do relacionamento que temos com Deus, e é o método que Deus usa para derramar as suas bênçãos sobre nós.
O dízimo não começou com a Lei. Deus o estabeleceu antes da Lei. A prática de dar um décimo do fruto da terra e dos despojos de guerra aos sacerdotes e reis era um costume muito anterior à época de Moisés.
Abrão deu dízimo de seus despojos de guerra quando venceu os reis de Sodoma e Gomorra. Ele reconheceu Melquisedeque como representante de Deus e entregou-lhe o dízimo. “Este homem (Melquisedeque), que não pertencia a linhagem de Levi, recebeu os dízimos de Abraão e abençoou aquele que tinha as promessas” (Hb 7.6). Jacó prometeu a Deus que daria o dízimo de tudo que Ele lhe concedesse (Gn 28.22).
Mais tarde, como parte de sua aliança com Israel, Deus exigiu o dízimo dos israelitas – um décimo de tudo que possuíam. Deus considerava o dízimo propiedade sua. Os israelitas entregavam a Ele o que já lhe pertencia. “Todos os dízimos da terra, seja dos cereais, seja das frutas, pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor” (Gn 28.22).
Quando estabeleceu a Nova Aliança, Jesus não aboliu a prática do dízimo. Ele declarou: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir” (Mt 5.17). ele confirmou que não devemos negligenciar o dízimo. Aos fariseus, Ele disse: “Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas” (Mt 23.23). ele não os reprovou pela observância do dízimo, e sim pela negligência nas questões mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade.
O ensino de Jesus estabeleceu um novo nível para contribuição, o qual excede o dízimo. Ele ensinou, com as suas palavras e atitudes, que o ato de contribuir deve ser um estilo de vida. Jesus é o nosso Padrão. Diante do preço supremo que Ele pagou, temos também de estar dispostos a dar não apenas 10%, mas 100% de tudo que somos e possuímos!
Não nos limitemos ao dízimo. Contribuamos com 100% de nós mesmos – tempo, talentos, finanças – para cumprir a vontade de Deus na terra.
O dízimo, portanto, faz parte da Nova Aliança, mas Deus deseja levar-nos para além desse nível. Na Nova Aliança, a nossa oferta a Deus não é mais limitada a uma fórmula nem ditada pelo dever. Ao entregar os nossos dízimos e as nossas ofertas a Ele, devemos fazê-lo de acordo com o padrão que Cristo estabeleceu: contribuir SEM LIMITE, GENEROSAMENTE!
Não estamos presos a nenhuma abordagem legalista: a nossa contribuição deve ser de acordo com a direção do Espírito Santo. Não contribuímos por obrigação, e sim por causa da aliança que firmamos com Deus. Se fizermos isso, Ele derramará as suas bênçãos sobre a nossa vida com tamanha abundância que não apenas serão supridas as nossas necessidades, como também a obra do senhor em todo mundo continuará a florescer, e o seu plano para o final dos tempos será cumprido.

Fonte: Bíblia de Estudos – Editora Central Gospel – págs. xxii e xxiii

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Viver a Sua vontade...










A fábula da lagarta e o profeta Jonas


São dez horas da manhã de uma quarta-feira qualquer na margem oriental do rio Tigre, na Mesopotâmia. Uma lagarta de nome Rá sai a procurar alimento. De longe avista uma enorme aboboreira, viçosa, aparentando estar muito apetitosa. Quando consegue se aproximar e investe contra a primeira folha, percebe que de fato trata-se de uma obra prima de Deus. Logo pensa consigo mesma: - "Tenho alimento para toda a minha vida".

Mas à medida que vai avançando na sua atividade alimentícia, ouve uma voz lamuriosa. Aguça sua audição e confirma a suspeita de que há alguém debaixo da aboboreira. Procura ver entre as folhas e então distingue um homem com cara de tacho, deitado à sombra de sua refeição. O homem começa a dizer: "Como é que se pode ser profeta em Israel com um Deus misericordioso como Jeová? Minha vida não tem mais sentido! Tudo o que eu queria é ver Nínive ser destruída, ver as pessoas pagando por seus pecados". Rá então começa a descer atraída pela fala do estranho, chegando bem perto, ouve um pouco mais do choramingo do pobre coitado: “Eu quero viver o resto de minha vida deitado debaixo desta aboboreira". Quando Ra escuta isto percebe que seu colega não está raciocinando bem, e faz uma interferência:
 —"Como é que é? Você que pode ir mais longe tem inteligência para compreender as coisas, e não quer mais viver?" Jonas ouve intrigado a fala de Rá, a procura e localizando-a lhe responde:
—"O fato de poder andar rapidamente, ter inteligência, não significa que as coisas são boas para mim. Eu gostaria que Deus fizesse o que penso ser o melhor para o meu povo Israel, matando todos os habitantes de Nínive".
—"Mas meu amigo, você me parece ter uma certa experiência de vida e ainda não aprendeu o papel de cada um de nós? Eu sou uma lagarta e vivo o meu ciclo da vida, nascendo, alimentando-me de folhas como estas, construindo um casulo, passando por um período de hibernação, para desenvolver uma nova estrutura física, libertar-me do casulo, sair voando como uma borboleta, visitar centenas de flores, e então morrer. Minha tarefa é polinizar as flores, dando continuidade ao ciclo da vida, expressando a glória de Deus".
—"Mas minha amiga, como posso expressar em minha vida a glória de Deus, se as coisas acontecem de forma diferente do que espero. Eu aprendi que os inimigos do meu povo, que é o povo eleito, devem ser eliminados. Também sei que o nosso Deus, que operou tantos milagres no passado, sempre se mostrou misericordioso. Quando ele mandou-me procurar os ninivitas para pregar o juízo sobre eles, eu fugi pois sabia que o Senhor iria mudar sua sentença em razão do arrependimento que eles certamente demonstrariam".
—"Mas meu amigo, você não é profeta de Deus? Não conhece os segredos de Deus quanto ao seu povo? Sabe que a vontade de Deus é que todos sejam alcançados? Como você pode questioná-Lo em suas ações? Afinal de contas, você é profeta de Deus ou de si mesmo?
—"Não, sua lagarta, eu sou profeta, mas nem sei mais de quem. Tudo me parece muito obscuro. O que eu sinto agora é uma frustração muito grande com tudo o que aconteceu".
—"Você não acha que está invertendo alguns valores, dando mais peso à sua posição, sendo egoísta?"
—"Egoísta, eu? Como é que você pode dizer uma coisa desta? Eu só gostaria que Deus fizesse o que é certo!"
—Mas você conhece a história daquele povo, porém não conhece aquelas pessoas, individualmente. Como você pode odiar sendo profeta de Deus?"
—"Deus não pode ser misericordioso desta maneira. Não dá pra ser feliz como profeta de um Deus que perdoa a qualquer um!"
—"Parece-me que o seu ponto de referência é você mesmo, quando deveria ser o seu Deus. Se Ele lhe deu vida, revelou-lhe o seu propósito, então sua referência precisa ser o próprio Deus".
—"Não adianta você ficar falando comigo essas coisas, porque eu não vou mudar de idéia, não vou abrir mão de minhas convicções, e não quero saber de ser misericordioso!"
—"É meu caro amigo, qualquer um que vive pensando que pode brincar de ser Deus, que não aceita os processos naturais da vida, que se entrega a uma tristeza como a que você está cultivando, não tem muito futuro. Sem compreender a Deus, e viver a sua vontade, não há como ser feliz nesta terra. Veja bem, o Senhor criou-me e enviou-me para que comesse esta aboboreira. Certamente quer que você reflita sobre sua insensatez".

Rá, então retorna à sua folha pensando: - "Humanos, não sabem o que querem. Perdem tanto tempo com coisas que não valem a pena. Se procurassem viver para a glória de Deus intensamente seriam mais felizes e fariam coisas mais importantes. Enfim...


Fonte:
Por Orlando Silva Filho e Rosely Fantoni
Pastor da Ig. Batista Nacional Antioquia
( Extraído do site InJesus)
antioquia@injesus.com.br

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O Que Posso Ser Para Deus




O que posso ser e o que sou.
Sou para ele, antes de mais nada, uma criatura. Feita por ele, à sua imagem e semelhança, ainda que de barro - ele, o oleiro, eu, o barro. Obra que ele executou com requintes de perfeição, como tudo o mais que saiu das suas mãos.
Também sou para ele um pecador. Uma criatura transviada. Perdida. Ele Santo e eu um réprobo1 arrastado na esteira de outros réprobos e arrastando na minha esteira ainda outros muitos. Na correnteza do pecado.
Mas, felizmente posso ser para Deus mais que uma simples criatura e mais do que um pecador comum.Posso ser uma nova criatura desde que a sua graça faça de mim um novo homem.
Por meio de Cristo. Como escreveu o apóstolo Paulo:
"Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (II Coríntios 5:17).
Como se o homem nascesse outra vez, segundo a palavra de Jesus:
"Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (João 3:3).
E se sou pecador posso ser para Deus um santo. Depois de fazer-me uma nova criatura ele pode fazer de mim um santo. Por meio de Cristo, que fez expiação por mim: entende-se por expiação a eliminação da culpa pelo cumprimento da pena correspondente. Foi o que Cristo fez por mim no Calvário.
Não sou justo, mas poso ser justificado. Justificado pela fé. Quando chego a este ponto não sou uma simples criatura de Deus, mas um filho de Deus.
"Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome" (João 1:12).
E se filho posso tratá-lo de Pai:
"Pai nosso, que estás nos céus" (Mateus 6:9).
Tratando pessoalmente com ele, essa é uma comunhão que será cada vez mais profunda, se eu insistir em conservá-la.
Não demorará muito e serei amigo de Deus. Terei afinidade com ele. Um filho amigo do Pai, o que nem sempre um filho é.
Abraão foi chamado amigo de Deus (Tiago 2:23).
Posso ser mais, ainda que pareça menos: servo de Deus. Escravo de Deus, como o apóstolo Paulo apreciava referir-se a si mesmo. Deus como patrão e como Senhor.
Posso ser-lhe discípulo. Ele meu Mestre e eu seu discípulo.
Posso ser um instrumento de Deus. Um vaso escolhido, como foi o apóstolo Paulo. Uma voz como foi João Batista.
Assim posso ser alguém para Deus se ele for alguém para mim.
Como se houvesse uma troca de serviços. Um intercâmbio espiritual. É quando a vida do homem tem substância: quando o homem está em Deus e Deus está no homem.


1 Réprobo: Detestado, odiado, malvado. Condenado por Deus às penas eternas.


Pastor Rubens Lopes



segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Pirataria: sobrevivência ou falta de ética?




Como se não bastasse a violência, a corrupção e tantas outras “cenas” que têm denegrido a imagem do País, agora a pirataria o coloca no vergonhoso 2º lugar do ranking mundial. Nos últimos anos essa prática cresceu assustadoramente. Segundo matéria publicada pela Revista Veja on-line (Geral - Edição 1.724) o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking da pirataria de CDs. Nessa matéria, a Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), informa que 52 mil CDs foram pirateados no Brasil, superando até mesmo a pirataria russa que fica no nada invejável 3º lugar deste podium.

O Dicionário Aurélio define como “pirata” a pessoa que não respeita os direitos de autoria ou de reprodução que vigoram sobre determinadas obras ou produtos, como por exemplo, literários, musicais e informática; seja produzindo ou utilizando cópias ilegais. A pena para quem pratica a pirataria é de 1 a 4 anos de reclusão e multa previstas no Art.184, parágrafos 1º e 2º do Código Penal. Na mesma pena incorre quem importa, aluga, vende, expõe à venda ou tem em depósito.

Mais do que em outros tempos, a pirataria se apresenta explícita como uma vilã de trabalhos que milhares de pessoas se esforçaram para realizar. As conseqüências para a indústria fonográfica são visíveis: queda nas vendas. Gravadoras em todo o país estão sofrendo com a “concorrência” desleal da pirataria.

A gravadora evangélica MKPublicitá, uma das maiores do Brasil, tem tido grandes prejuízos em virtude da reprodução ilegal de seus trabalhos.“Os prejuízos são incalculáveis, a pirataria deixa a gravadora MK totalmente sem ação, pois não há uma forma de detectarmos de onde vêm os CDs piratas. Acreditamos que existam várias fontes, tanto no Brasil quanto no exterior. A pirataria pode destruir a indústria fonográfica nos causando danos irrecuperáveis”, diz Yvelise de Oliveira, fundadora e presidente da gravadora MKPublicitá.






Produção e pirataria: Procedimentos e opiniões divergentes

Desde pequeno, o ser humano é ensinado a não defraudar o que é do seu próximo. Mesmo quem não é cristão sabe que isso é errado. Entretanto, existem certas fraudes que passam despercebidas e recebem até uma “roupagem” de trabalho. Assim é a pirataria. Uma nova forma que os camelôs encontraram para “sobreviver”.

As gravadoras, os autores, os músicos e donos de lojas que vendem CDs são totalmente contra a prática da pirataria. A Seara Livraria – pertencente à Igreja Batista da Lagoinha – que também vende CDs, é uma das lojas prejudicadas. De acordo com Iara Fonseca Rodrigues, 27, operadora de caixa, além de afetar o mercado e o próprio cliente, a pirataria, no caso da Seara, afeta principalmente o trabalho no campo missionário. “A pirataria não traz prejuízos somente para a Livraria Seara, mas principalmente para o trabalho missionário, pois tudo o que vendemos é destinado a Índia.” Iara conta ainda que enfrenta reclamações dos clientes a respeito da qualidade dos produtos pirateados. “Acontece, muitas vezes, de estragar o próprio som do cliente. Já ocorreu conosco de pessoas virem até a livraria para reclamar dos CDs da Lagoinha que elas compraram. Depois descobrimos que o CD que elas adquiriram, foi comprado no camelô. O Ministério de Louvor Diante do Trono não faz fita cassete e já apareceu fita cassete do Diante do Trono e cliente se queixando da qualidade. Todos saem perdendo: o Diante do Trono, a Livraria Seara, o cliente e os cantores que têm uma parte repassada a eles. Mas, sem dúvida nenhuma, o prejuízo é para o trabalho missionário”, enfatiza.

Yvelise também faz severas críticas à atuação dos piratas. “Os camelôs que vendem CDs piratas se “plantam” de forma ostensiva na porta das igrejas após apresentação de um artista da MK e até mesmo em nossos shows. No centro do Rio de Janeiro, o atrevimento é tamanho que as bancas de ambulantes colocam até cartazes de CDs da MK. A qualidade dos CDs é horrível e as capas feitas em xerox. É lamentável que tenhamos que ver nossos produtos - que tem alto nível de qualidade e são feitos com tanto cuidado - serem vendidos como lixo”, desabafa.

Os ambulantes rebatem às críticas usando a já conhecida expressão: “vender para sobreviver”. Com esse argumento, a pirataria tem invadido o País. A freguesia é atraída pela música que vem das caixinhas de som colocadas pelos ambulantes em suas barracas.

“A desculpa dos camelôs é absurda, pois pirataria é roubo, e roubo não é trabalho. É preciso que as pessoas tenham consciência de que ao comprar um CD pirateado ela está sendo conivente com isso. Não dá para confundir um CD da MK com um pirateado, só se deixa confundir quem quer”, diz Yvelise.

...“responderam: de César. Então lhes disse: dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” (Mateus 22:21.)

Jesus nos ensinou a honrar e a respeitar o próximo e a dar tributo a quem é de direito. Infelizmente o mundo tem desprezado as sábias palavras do Mestre que, mesmo sendo Deus, pagou tributo a César deixando o exemplo de que devemos honrar e respeitar também a lei dos homens. Como muitos não recebem a correção devida e, até mesmo têm lucros nos seus negócios fraudulentos, acham que continuarão imunes todo o tempo. Contudo, vale lembrar que o “Dia do Juízo” ainda está por vir.

Um grupo musical, evangélico ou não, dedica seu talento, tempo e investimentos para colocar seu trabalho no mercado. As pessoas precisam se conscientizar de que praticar a pirataria é errado. Não se pode ignorar esse fato. Isso vale também para aquelas pessoas que consomem os produtos pirateados. A pirataria é como dinheiro falso, não tem valor real. O crime não compensa. Todo mundo sai perdendo com essa prática aparentemente vantajosa, mas ilegal.


Fonte:www.lagoinha.com
Ana Paula Costa
redacao@lagoinha.com

 

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O que Deus pode ser para mim



Nada, se para mim ele não existe. Sou ateu, teórico ou prático. Teórico, porque se digo que Deus não existe é porque tenho as minhas razões intelectuais; ou prático porque, se não nego a existência de Deus, vivo como se ele não existisse.
Deus pode ser para mim uma abstração. Metafísica pura. Um princípio independente do mudo. Causa e fim de todas as coisas. Motor imóvel, que é movimento e potência, como queria Aristóteles. A grande unidade, ponto de partida para todos os números, como pensava Galileu. O Bem supremo, como pretendia Platão. A mônada1 central, como preferia dizer Leibnitz. Ou Ser absoluto, perfeito, causa primeira e razão última de todas as coisas existentes ou possíveis, como ensinam os compêndios tradicionais de filosofia.
Qualquer desses conceitos, certo ou errado, não diz nada. Ou, se diz, diz muito pouco.
Pode ser a escultura que impressiona pelas linhas e pela perfeição: uma estátua, mesmo a que só falta falar, como Moisés de Miguel Ângelo, é sempre uma estátua.
Falta-lhe o calor da vida. A beleza inimitável da vida. Se Deus para mim é um mero conceito filosófico ou teológico, tenho o coração vazio dele. Se Deus não passa para mim de uma idéia encadernada, de papel, que conservo numa prateleira de minha biblioteca, essa é uma idéia oca. Sem consistência. De que me serve um Deus mumificado, empalhado?
Mas que é que Deus é então para mim?
Alguém. Deus tem que ser alguém. Não algo, mas alguém. Uma pessoa. Espírito. Conhecemo-lo pelos seus atributos, mas estes não fazem parte da natureza de Deus, uma vez que só se manifestam nas obras da criação e da Providência. Deus existe independente deles. É auto-existente.
Mas bastará que ele seja alguém?
E se for alguém ausente? Que tenha dado corda à criação - as leis seriam a corda - e se recolhido, como fazemos nós que damos corda ao nosso relógio e vamos dormir em seguida, deixando-o trabalhar sozinho?
Assim pensam os deístas2, que negam toda revelação e acreditam apenas na religião natural. Religião é o exercício da moralidade como obediência a Deus, dizem eles.
Ao contrário. Deus tem que ser alguém presente. Alguém interveniente. É o teísmo3. Deus como Providência.
Deus em mim. Na minha vida. No mundo das minhas afeições e a mais cara de todas elas: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento" (Mateus 22:37).
Deus como Pai, como Salvador, como Consolador, como Amigo. Amigo de todas as horas. Amigo mais chegado do que um irmão (Provérbios 18:24).
Deus vivendo comigo, dentro da mesma casa, no meu coração.
"Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra: e meu Pai o amará e viremos para ele e faremos nele morada" (João 14:23).
Eis o que Deus é para mim. Ele é para mim o que foi para os patriarcas, para os profetas, para os apóstolos. E o que é para todos os cristãos autênticos.


1 Mônada: Átomo sem tamanho, cuja atividade é espiritual, e é a estrutura básica de toda e qualquer realidade seja física ou espiritual, e que é imaterial, indivisível e eterno.
2 Deísmo: doutrina que considera a razão como o único meio capaz de nos dar a certeza da existência de Deus. Rejeita, portanto, tanto o ensinamento como a prática de qualquer religião organizada.
3 Teísmo: Doutrina comum às religiões monoteístas, sendo caracterizada pela afirmação da existência de um único Deus, transcendente, soberano sobre todas as coisas e pessoal.


Pr. Rubens Lopes

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Convertido ou convencido?




De repente você chega e, assim como de costume, faz questão de assentar-se no último banco da igreja. Cruza os braços e espera o início do culto. Enquanto isso você observa as pessoas entrando e saindo do templo. Com um vago sorriso cumprimenta alguns irmãos da igreja. O culto começa e lá está você de cara meio amarrada e achando tudo sem sentido, uma mesmice total. A sua indiferença permanece durante todo o culto. Isso já acontece há alguns meses. Você não percebe, mas virou apenas mais um freqüentador de igreja.

Essa é uma cena que se repete insistentemente nas igrejas. E não é difícil detectá-la. Basta olhar para a direita ou para a esquerda e perceber sempre as mesmas pessoas conversando durante a pregação ou que se levantam com facilidade para tomar água ou irem ao banheiro, quando na verdade estão apenas passando o tempo. Existe uma grande diferença entre ser um jovem convertido ou ser só “convencido”, isto é, acha que é, mas não é. É apenas um freqüentador na igreja.

A conversão provoca mudança de atitude, nos faz ser íntimos de Deus. E é a partir desse relacionamento de intimidade é que passamos a perceber a vontade do Pai. Isso implica saber que Deus não deseja que você vire um “crente de banco”, aquele que vai à igreja por ir ou porque os pais mandam ou, ainda, porque está interessado naquele(a) menino(a). É interessante como o ser humano se acomoda fácil. Digo isso no sentido de que é muito mais vantajoso para alguns jovens ficar no banco da igreja apenas como um espectador, do que assumir os compromissos da conversão. Acabar logo o culto para ficar conversando com os amigos, por exemplo, é bem mais cômodo para alguns do que está no templo aconselhando ou orando por um(a) irmão(a) que precisa de ajuda. Ficar em casa curtindo um filme é bem melhor do que sair para visitar jovens drogados em meio a um calor rachando ou uma chuva daquelas.

Realmente a “porta larga” seduz muito mais que “a estreita”. Mas é exatamente na largura de muitas portas que vários jovens se perdem e caem no mundo, algumas vezes, sem volta. Que a igreja não seja somente um programa a mais para preencher as suas noites. Não queira ser um freqüentador que fique olhando o que Deus está fazendo pelos outros, mas usufrua dos benefícios da conversão, tomando posse do que Ele pode e quer fazer especificamente por você, pois a conversão é pessoal e vem acompanhada de uma boa dose de arrependimento.

“Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a Palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.” (I Jo 2.14b.)


Fonte:
Ana Paula Costa - redacao@lagoinha.com

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Tentação real



Como você deve se lembrar, eu disse que o primeiro passo rumo à humildade é perceber-se orgulhoso. Gostaria de acrescentar a isso agora que o próximo passo é empreender alguma tentativa séria de praticar as virtudes cristãs. Uma semana só não basta. Na primeira semana as coisas costumam parecer fáceis. Tente seis semanas seguidas. A essa altura, depois que tiver uma recaída ou que cair mais fundo do que o ponto de onde tiver partido, descobrirá algumas verdades sobre você mesmo. Ninguém tem consciência da sua própria maldade, enquanto não empenhar todos os esforços para ser bom. Há uma idéia tola circulando por aí de que as pessoas bondosas não conhecem o significado da tentação. Isso não passa de uma mentira deslavada. Só os que tentam resistir à tentação conhecem a sua força de fato. Nós mesmos só conseguimos nos dar conta da força do exército alemão lutando contra ele, e não quando nos entregamos. Você só poderá descobrir a força de uma ventania, se andar contra ela, mas não fará idéia dela se deitar-se no chão. Uma pessoa que se rende à tentação depois de cinco minutos, simplesmente, não saberá como se sentiria uma hora mais tarde. Eis a razão por que pessoas más, em certo sentido, não entendem muito da maldade. Elas vivem uma vida resguardada, rendendo-se sempre. Nós jamais descobriremos a força do mal que há dentro de nós, enquanto não tentarmos lutar contra ele; e Cristo, pelo fato de ter sido o único homem que nunca se rendeu diante da tentação, é, ao mesmo tempo, o único homem que conhece profundamente o que significa ser tentado – ele é o único realista absoluto.

C S Lewis – Cristianismo Puro e Simples

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

CARTA DE SATANÁS


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CARTA DE SATANÁS 

Ontem eu te vi quando começava o seu dia. Acordou e nem sequer orou ao seu Deus. Ou melhor, durante todo o dia você não orou, e nem lembrou de abençoar sua comida. Você é muito ingrato para com o seu Deus, e isso em você me agrada muito. Eu também gosto da enorme fraqueza que sempre demonstra no que diz respeito ao seu crescimento espiritual, em ser um cristão.
 
Raramente lê a Bíblia e quando faz está cansado. Não medita no que lê, ora quase nada, além disso, muitas vezes diz palavras que não analisa. Por qualquer pretexto chega tarde ou falta ao seu culto de ensino. E o que falar de suas murmurações? Temos assistido muitos filmes juntos, sem falar nas vezes que fomos juntos ao teatro. Lembra daquele dia da tua fraqueza com aquela linda pessoa? Oh como foi bom!
 
Mas o que mais me agrada é que você não se arrepende. E que sabe que é jovem e tem que aproveitar a vida, pensa só na carne e acredita que precisa ser salvo para a eternidade. Não há duvida você é um dos meus.
 
Amo as piadas vergonhosas que você conta e que também escuta. Você ri delas, eu também rio de ver um filho de Deus participando disto. O fato é que nos sentimos bem. A música vulgar e de duplo sentido que você escuta me agrada demais. Como você sabe quais são os grupos que eu gosto de escutar? Também adoro quando murmura e se revolta contra o seu Deus.
 
Sinto-me feliz quando vejo você dançando e fazendo estes movimentos sensuais, eles me fascinam. Como isso me agrada!!! Você quer se encontrar comigo qualquer dia destes???
 
Certamente quando você está se divertindo saudavelmente, fico triste, mas sem problema, sempre haverá outra oportunidade. Tem vezes que me faz coisas incríveis, quando da mal exemplo as crianças ou quando os autoriza para perderem a sua inocência através da televisão, músicas ou coisas do gênero. Eles são tão espertos que imitam facilmente tudo o que vêem. Muito obrigado.
 
O que mais me agrada é que poucas vezes tenho que te tentar, quase sempre cai por conta própria. Você busca os melhores momentos, se expõe as situações perigosas, me dando lugar!
 
Se tivesse cabeça mudaria de ambiente e de companhias; buscaria a palavra de Deus e entregaria realmente a tua vida aquele que você chama de Deus e, ainda mais, viveria o resto de seus anos sob a orientação do Espírito Santo.
 
Não tenho costume de enviar este tipo de mensagem, mas você é tão acomodado espiritualmente que não acredito que vá mudar nada.
 
Não me entenda mal, eu te odeio e não te dou a mínima. Se eu te busco é porque você me satisfaz com as tuas atitudes e faz cair em ridículo a Jesus Cristo.

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Assinado Teu inimigo que te odeia: Satanás...ou como queira me chamar .
 


   

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Individualidade


                                                  
O Senhor nosso Deus é Santo, separado, diferente, individualizado em relação à criação. Ele e a criação são "coisas" diferentes, são de natureza diversa. A idéia de que Deus é o somatório de todo o tipo de energia é uma heresia panteísta (crença em que Deus é tudo). Para nós, cristãos, o Senhor Deus é um ser autoconciente e diferenciado dos demais. O Senhor estabelece uma relação de parceria, amizade e amor com o homem. E, apesar de toda troca, Ele está sempre e sempre estará individualizado. Deus não Se confunde com nada, nem com ninguém. Ele ajuda ao homem, salva-o, revela-Se para ele, manifesta-Se através dele, mas sempre Se relaciona numa base de respeito à pessoa e à individualidade (livre arbítrio) do ser humano.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

“Não a minha, mas a tua vontade!!"




...uma pessoa que procura fazer a vontade de Deus contanto que não interfira em seus desejos, sendo auto-suficiente, não obedecerá a ninguém, e você sairá perdendo. Quando a pessoa vive para agradar a si mesma, e não a Deus, os que estão a sua volta acabam perdendo ao longo do caminho, pois quando chega a hora da verdade, a vontade dela reinará suprema.

Assim, nessa passagem, temos um verdadeiro teste para ver quem governa a vida de quem: se a própria pessoa ou Deus. Se você está com alguém que se diz espiritual, mas quando a espiritualidade entra em conflito com seus desejos são eles que vencem, então está com uma pessoa que coloca Deus em uma categoria chamada “fabricação própria”. Ela não o adora como ele é, mas como quer que ele seja. Está recriando Deus à sua imagem. Não está se adaptando a Ele, mas fazendo com que Ele se adapte à vontade dela. Tudo isso indica que essa pessoa pensa: “Eu me submeterei a Deus, contanto que concorde com Ele”. E isso não tem nada a ver com submissão.

Uma tarde abençoada a todos e uma boa semana!
Inté+
Jair Tomaz

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Meu Lugar






Há dias em que não é possível expressar o que o sentimos em palavras. Neste momento a música nos auxilia muito...




O Meu Lugar

Dor constante em minha mente sem um farol
E eu só quero um lugar pra descansar
A minha bússola não tem mais pra onde apontar
E o tempo não passa...

Tudo que eu tenho... uma certeza...

Eu não descanso quando fecho os meus olhos
Um som de morte soa contra a minha paz
Transbordando o cálice do meu pranto
E não há lugar aonde descansar

Tua mente tão mais alta me faz sonhar
O sacrifício, o princípio e o fim
Meu coração conhece e segue a tua voz
A tua sombra, o meu descanso

A minha fonte... uma certeza...

O meu socorro num piscar dos meus olhos
E a minha paz ouvindo o som da tua voz
E a tua mão pra dissipar o meu pranto
És o meu lugar aonde descansar



Composição: Zé Bruno - Resgate
  



Inté+
Jair Tomaz

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Festa para criança!?




Boa Noite!
Semana passada não foi possível manter o ritmo de postagens... muita correria, algumas preocupações e, infelizmente, algumas problemas físicos. Bem, continuemos remando.

Sábado levei meu filho de 5 anos para uma festa de um colega dele, então imaginei que seria uma festa voltada para as crianças e, portanto, com coisas de criança, pelas crianças e para as crianças. Pois bem, algumas coisas não condiziam com festa para criança... por exemplo: nunca vi festa infantil regada à cerveja, como também não me parece coerente um bando de “adultos” encherem a cara em uma festa infantil! Ah, antes que eu me esqueça a musica “infantil” era sertaneja, não pelo ritmo em si, mas pelo fato das palavras “mulher gostosa” e outras do mesmo mau gosto estético, ético ou moral, permearem o conteúdo. Pergunta-se: para quem era a festa? Qual o objetivo da festa?
As pessoas reclamam que as novas gerações não tem respeito, não tem controle, se drogam (seja a droga lícita ou não), mas... onde está o exemplo? O que aquelas crianças estavam vendo e aprendendo? Que tipo de adultos estamos formando? Por favor, respondam, onde está a coerência destes pais “modernos”?



1. Naquele momento os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: “Quem é o maior no Reino dos céus? 2. Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no reino dos céus. 4. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus. 5. Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo. 6. Mas se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe seria amarrar uma pedra de moinho no pescoço e se afogar nas profundezas do mar.”

Mateus 18. 1-6

Inté+
Jair Tomaz